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PROFESSORES DA UEMS SÃO CONTRA “ESTADO DE GREVE”: O ESTADO POR DORMIR TRANQUILO, ATÉ PODE DAR MENOS QUE 5%, ESTÁ TUDO EM ORDEM E DOMINADO

Parte 01

Há uma historinha que gosto de contar sempre, muito embora alguns colegas dizem que não vale a pena. Sou insistente. É a seguinte:

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Um rapaz toda semana pegava seu banquinho e um megafone – que fica no Bar do amigo – e ia para a praça e fazia análise de conjuntura, discutia estratégia de luta e ações. Com a passar do tempo, as pessoas não mais se articulavam, não discutiam e nem tão pouco faziam mais reflexões e avaliavam a luta. Com o passar do tempo, o rapaz passou a ser hostilizado dizendo que ele atrapalhava a praça etc. O seu amigo do Bar lhe disse que deveria parar de tentar discutir política pois ninguém mais queria fazer e ouvir. Então o rapaz respondeu ao amigo do Bar: o dia que eu parar, será o dia em que eu terei desistido da luta.

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É uma metáfora para elucidar nossa conjuntura salarial. Paramos de discutir política séria e de qualidade e não nos reconhecemos como trabalhadores. Somos classe média baixa com complexo de elite e como tal não fazemos manifestações, não discutimos política de qualidade ou minimamente “crítica”. Quando digo “crítica” estou me referindo a reflexão que nos diz qual o nosso lugar na luta de classe, qual deve ser nossa posição em relação à política e ao nosso fazer acadêmico, e no limiar da política: um fazer compromissado. Também não conseguimos relacionar qual a posição política do nosso conhecimento na luta de classe. Este espectro político somos nós.

Um pouco de conjuntura

O nosso Estado possui uma vida financeira boa, confortável, atravessou a pandemia com tranquilidade, vem fazendo investimentos significativos na UEMS e em outros setores da economia, há investimentos “pesados” seja no agronegócio, seja na indústria. Se verificarmos os dados do IBGE sobre o andamento da nossa safra, é muito bom. O índice de oferta de emprego está em alta (basta ver o noticiaria de segunda-feira de manhã cedo).

Basta lembrar que o atual governador foi secretário de administração do governo anterior. Não houve surpresas na passagem de governo. Em assembleia a aduems apoiou o candidato da época (atual governador) com o compromisso de atender algumas demandas da categoria e em particular a questão dos aposentados. Fiz um texto na época “Caros Companheiro da UEMS (alunos, técnicos-administrativos e Professores) Prof. Marlon Leal Rodrigues – UEMS-CG – 14/10/2022 (https://flbapms.wordpress.com/2022/10/14/caros-companheiros-da-uems-alunos-tecnicos-administrativos-e-professores-prof-marlon-l-rodrigues-uems-cg/) .

Ano passado na mesma época fiz uma reflexão fiz sobre a campanha salarial. O texto está atualíssimo: “Dialética dos Míseros 5% na Luta de Classe da UEMS ou a UEMS os Míseros 5% Sem a Luta de Classe” – Prof. Marlon Leal Rodrigues – UEMS-CG (https://flbapms.wordpress.com/2023/04/22/dialetica-dos-miseros-5-na-luta-de-classe-da-uems-ou-a-uems-nos-miseros-5-sem-a-luta-de-classe-prof-marlon-l-rodrigues-uems-cg/). A história vai se repetir para a nossa defasagem salarial aumentar ou vamos lutar. Professores da UEMS não lutam, fazem grupos e comissões … …

Sabemos muito bem quais são as estratégias de muitos governos, aperta-nos durante três anos e acenam com alguma coisinha no final, no nosso caso, a estratégia de governo possui como princípio a falta de atitude de defesa contundente do nosso sindicato que mobilize a categoria, e no limiar da politização, que discuta a luta de classe e aponte um caminho que não seja aderir a estratégia do governo e nos fazer aceitar passivamente como cordeiros domesticados. Foi assim o ano passado.

De acordo com as expectativas, elas não são animadoras. Sem luta dura não há vitória. A vitória pertence aos que lutam e não aos que ficam fazendo eternamente grupos e comissões … …. que não avançam a luta, pois as comissões deveriam ser permanentes.

Será que teremos que esperar o terceiro ano de mandato para ter alguma coisa?

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Obs.: uma vez me falaram que os textos são longos e ninguém lia. Vou dividir o texto em várias partes para que tenhamos tempo de ler e debater. Se for o caso, só ler o título.

Continua.

Marlon Leal Rodrigues

Campo Grande-MS

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A Profa. Rosemere de Jardim pediu para colocar o comentário dela aqui:

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“Eu leio os textos. Concordo que falta mobilização e liderança por parte do sindicato. Fui da FETEMS durante 17 anos e nos últimos 21 da ADUEMS e não entendo muito essa estratégia de luta do nosso sindicato. Peço desculpas se este não é o grupo adequado para este tipo de reflexão.”